Saulo Péricles Brocos Pires FerreiraEngenheiro mecânico, advogado e membro efetivo fundador da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).
O GOLPE E OS OUTROS GOLPES – E SEUS OBJETIVOS
Por Saulo Péricles Brocos Pires Ferreira
Caros leitores. Estamos num tempo em que se tenta corrigir os efeitos nefastos da pior administração dos últimos tempos. O que aconteceu foi o seguinte: se articulou um movimento para que os partidos chamados “progressistas”, que aproveitaram uma greve em que se pedia que se anulasse um aumento nas passagens de ônibus da cidade de São Paulo, e que os movimentos de direita, antes minúsculos aproveitaram e depois, com o ”auxilio luxuoso” de um vice-presidente que queria defenestrar sua superior hierárquica, e depois de se descobrir um esquema de pagamento de propina em um grupo pequeno dentro da Petrobrás, com o apoio incondicional da Globo e da Grande imprensa, depois de várias e sérias irregularidades, adentrando muitas vezes na seara criminosa do lesa-pátria, pois é uma ilicitude grave se gravar as conversas da Presidente da República, inclusive divulgando essa conversa na poderosa Rede Globo (nos Estados Unidos praticar tal ato é considerado ato de alta traição, punido com pena Capital), e em vez da cadeira elétrica, ele foi alçado a condição de um herói nacional, apesar de praticar de forma desavergonhada várias ilegalidades, que eram combinadas com o Ministério Público, que tem a missão de defender em ambos os casos, a justiça de forma imparcial, o que nunca houve em relação à ex-presidente, que liderava a campanha para a presidência e sem nenhum tipo de prova material, excedendo sua competência tanto territorial, quanto material, e colocou na prisão sem essas provas necessárias, um cidadão que governou durante oito anos nossa nação. E tal veredicto foi ratificado pela instância superior, que era composta por pessoas atreladas ao seu “esquema”, assim e com o apoio da grande imprensa, se abriu a brecha para o Bolsonaro, um membro menor do baixo clero da nossa Câmara Alta, que assumiu a Presidência, movido por uma lógica de extrema direita fascista, que considerava errado tudo o que foi feito nos tempos dos governos anteriores, de Fernando Henrique e Lula. Apenas com uma diferença enorme: a mídia pode ganhar eleições, mas a mídia não governa. E o homem escolhido, tão competente em atirar pedras em vitrines, quando alçado ao posto de vitrine, ficou demonstrado a enorme incompetência para governar.
A sua falta de traquejo para exercer tal cargo, mesmo com o apoio maciço da grande imprensa e da mídia social, não o fez capaz de enfrentar o quotidiano do governo; e veio uma crise daquelas que Deus manda para provar os homens que se julgam seus enviados: a maior pandemia dos últimos 100 anos. E ele, dentro de sua natureza messiânica e negativista, apresentou uma solução nada eficaz: a “cloroquina”, produto para combater malária, pois já tinha comprado esse em grandes quantidades, enquanto a Pfizer, um dos maiores empresas de medicamentos do mundo, esperava com uma vacina testada ser recebido. Resultado 700.000 (10% das mortes ocorridas durante essa pandemia, apesar de o Brasil ter apenas 2,5% da população mundial – um genocídio), e de forma bastante democrática, já que vários de seus seguidores foram vitimados.
Como não sabia governar, ele delegou para diversos senhores das forças armadas, ministérios que deveriam competir aos civis, e ainda tentou colocar negativistas em postos chaves de sua administração, como foi o caso do Paulo Guedes, que ele chamava de “Posto Ipiranga”, pois tinha uma resposta (quase sempre errada) para qualquer pergunta. E ao invés de governar, juntava seus seguidores para uma série de tais “motociatas”, para tentar a reeleição e o país entregue ao desgoverno. Então ele tentou “comprar” sua reeleição abrido um rombo nas contas. Perdeu por pequena margem, a oposição junto com o maior político de nossa história recente, conseguiu fazer uma enorme aliança, e saíram vitoriosos. Derrotado, tentou anular as eleições. Não o conseguindo, se juntou com os velhos companheiros golpistas de ontem e outros de hoje, e tentaram dar um golpe de estado nos moldes de 1964, mas os tempos haviam mudado, e tanto as potências econômicas, quanto os comandantes das forças armadas rechaçaram. E juntando seus leais companheiros, que acreditaram em suas promessas, se tentou várias formas de tomar o poder, mas o Judiciário barrou essas tentativas. E numa última tentativa, invadiram a Praça dos Três Poderes, vandalizando e esperando que as forças armadas iriam apoiar esses atos de insanidade coletiva, em que inclusive se produziram provas contra eles mesmos.
O resultado está aí: Severas penas para esses que cometeram os crimes que inclusive eles próprios registraram, e no andamento das investigações, está se chegando no alto da pirâmide, de quem partiu o comando para que esses atos fossem cometidos.
A anistia gerou Bolsonaro. Uma nova anistia vai gerar novos golpistas. A função da prisão é em tese a reeducação. Se Brilhante Ulstra e Sérgio Paranhos Fleury, juntamente com um capitão que planejou colocar uma bomba na adutora do Rio de janeiro, tivessem sido presos, provavelmente eu não estaria contando essa História que tanto envergonha ao nosso país continente. Lembre-se leitor, o homem-bomba do Planalto, não é um caso isolado...
SEM ANISTIA!
João Pessoa, 30 de dezembro de 2024.
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