Em um ato digno de roteiro de comédia pastelão, o ex-governador João Doria decidiu que era hora de enterrar o machado de guerra e, pasmem, escreveu uma carta ao presidente Lula! Sim, você não leu errado. O homem que prometeu uma revolução em São Paulo agora quer uma trégua na guerra política com um "Queria ter a chance de dizer que errei". O tom é de paz, mas a ironia está no ar.
Geraldo Alckmin deixou o anexo do Palácio do Planalto e caminhou até o gabinete presidencial, no terceiro andar. Encontrou Luiz Inácio Lula da Silva almoçando, mas a conversa naquele dia seria breve. O vice estava ali com uma missão específica: levava em mãos uma carta endereçada ao presidente e assinada de próprio punho por João Doria, ex-governador tucano que por anos rivalizou com o petista. Na mensagem, Doria reconhecia ter cometido “exageros e equívocos” com Alckmin, com quem pouco antes, em dezembro de 2023, havia se reconciliado, mas também com Lula. “Queria ter a chance de dizer que errei”, escreveu na mensagem, segundo relato de pessoas próximas ao petista. A carta foi lida pelo presidente na hora, que reconheceu o gesto. Lula comentou já ter vivido muito para não perdoar o ex-adversário.
A cena se desenrola como um episódio de sitcom. O que vem a seguir? Um café entre os dois, trocando histórias de infância? Ou quem sabe um reality show: "Doria e Lula: A Paz dos Políticos"? Fato é que, se a política fosse um filme, essa seria a parte em que a plateia ri e a trilha sonora toca uma balada melancólica. E, claro, todos esperam ansiosamente pela sequência
Por Cândido Odid
Sensação
Vento
Umidade