Márcio TorresMárcio é Bacharel em Administração de Empresas pela Faculdade estadual do Tocatins e técnico em várias outras áreas entre elas na área imobiliária, sempre estudioso da ciências sociais sendo um pensador liberal e escritor e consultor
Por Márcio Torres
Era uma vez um homem que se achava o rei da selva, mas acabou se tornando o palhaço do circo – e não de um circo qualquer, mas daquele que gradualmente se transformou no “Circo da Pandemia”. No picadeiro, um show sem fim onde o principal número da vez era a insistência em não acreditar na COVID-19.
Enquanto o povo, coitado, suava a camisa, respirando a dureza da vida e, por vezes, o ar rarefeito da falta de oxigênio, nosso protagonista se exibia com suas bravatas, metendo o pé na porta da ciência e abrindo espaço para a ignorância. E assim, com a elegância de um elefante em cima de uma bola, abandonou aqueles que um dia lhe deram sustentação, como se fossem apenas figurantes em seu espetáculo.
Sentado em sua poltrona do poder, ele viu mais de 500 mil brasileiros deixarem este mundo, enquanto reafirmava a crença nos tratamentos milagrosos que vinham direto da sua “corrente de WhatsApp”. Ah, a boa e velha medicina popular! "Parece que a vacina não é tão eficaz", diria ele, enquanto o vírus dançava alegremente pelo Brasil, com mais movimento do que em um desfile de escola de samba.
E, como se todo o enredo não fosse surreal o suficiente, eis que a história deu uma guinada drástica. O palhaço, agora encurralado, decidiu que era hora de buscar um novo parceiro de dança: o ministro Alexandre de Moraes. “Me ajuda, Alex! Estou em apuros, e não estou falando daquela vez em que quase caí da cadeira durante uma coletiva,” implorava ele, quase engasgando enquanto fazia o papel de sofrido. “Eu prometo que vou ser bonzinho! Posso até usar máscara, se você me deixar!”
É a ironia do destino: quem não carrega feridos, agora clama por clemência, buscando abrigo em quem antes era tratado como um vilão no enredo da sua história. "Vou ser o primeiro a fazer campanha pela vacina! Vou até tirar uma selfie com a seringa", pensou ele, enquanto imaginava uma glamurosa post no Instagram rodeado de frascos e agulhas.
O que restou disso tudo foram risadas de quem já aprendeu a viver com a tragédia, mesmo com o peito apertado. Afinal, no Brasil, se tem uma coisa que a gente sabe fazer bem é rir para não chorar. O improvável se tornou o cotidiano, e Bolsonaro, com todo seu drama, segue como o protagonista de uma tragicomédia que a vida (e não ele) escreveu.
Assim, nesse espetáculo de absurdos, fica a dúvida: quem de fato carrega os feridos? Talvez a resposta esteja na plateia, que apesar de tudo, ainda aplaude, porque no fundo sabe que, no final das contas, a vida continua e o circo nunca para.
Sensação
Vento
Umidade