Márcio TorresMárcio é Bacharel em Administração de Empresas pela Faculdade estadual do Tocatins e técnico em várias outras áreas entre elas na área imobiliária, sempre estudioso da ciências sociais sendo um pensador liberal e escritor e consultor
Por Márcio Torres
Floresta do Navio - Sertão de Pernambuco; Ao som vibrante de caixas, zabumbas e pífanos, a cidade de Floresta emerge em um festival de cores e tradições neste 31 de dezembro, onde a Confraria do Rosário convoca toda a comunidade para uma celebração de fé e resistência! A cada ano, a combinação única do culto à Nossa Senhora do Rosário e ao padroeiro Bom Jesus dos Aflitos transforma o Sertão em um espetáculo de devoção e cultura, comemorando mais de 200 anos de história!
Uma Tradição que Resiste ao Tempo
A Confraria, que remonta ao século XVIII, é um símbolo de luta, união e espiritualidade, especialmente entre a comunidade quilombola que habita a região. João Luiz da Silva, o rei perpétuo desde 2007, com seu manto azul e a coroa brilhante, pessoaliza a continuidade de uma tradição que narra histórias de vitalidade e resistência negra no Brasil. O processo de escolha dos novos reis configura sempre um mistério, onde as juízas, guardiãs das tradições, entram em cena, decidindo quem será a próxima figura central da festividade.
Um Cortejo que Encanta
À medida em que os fogos de artifício explodem no céu azul, anunciando a chegada do grande dia, o cortejo real ganha vida: juízes trajados de branco, espadachins em ação e a majestosa rainha, representando a força feminina da irmandade, desfilando diante de uma multidão vibrante. “Oi Quenda, oi Quenda, Maravi’a!” ecoa a canção que atravessa gerações e convida todos a participar desse momento sublime. A música desempenha um papel fundamental, com uma banda de pífanos que embala a procissão enquanto o espírito ancestral vive através das danças.
Uma Banquete de Sabores e Fé
A mesa farta, repleta de delícias da culinária sertaneja, é uma verdadeira honra à tradição alimentar dos antepassados. Moradores locais e visitantes se reúnem em torno dela, celebrando não apenas a religiosidade, mas também os sabores e a união entre diferentes estratos sociais – uma demonstração da força da comunidade florestana que brota do solo sertanejo.
O Legado das Irmandades
A Igreja do Rosário, erguida em 1777, é o epicentro das celebrações. Este espaço sagrado, que guarda tantas histórias, remete à importância das irmandades na luta contra a aculturação e a preservação das raízes africanas na cultura brasileira. A presença dos espadachins, os rituais e as danças tornam-se símbolos do restabelecimento da identidade negra em um país que, muitas vezes, tenta apagá-la.
Vamos Celebrar!
A festa de 31 de dezembro em Floresta não é apenas uma festa; é um grito de resistência ao tempo, à história e, principalmente, à luta por reconhecimento das tradições afro-brasileiras. Em um mundo que corre velozmente, Floresta se agarra a suas raízes e canta em uníssono: “Salve a Virgem Maria!”
Não perca a oportunidade de vivenciar essa experiência única, onde a devoção e a cultura se entrelaçam em um espetáculo de alegria e resistência! Acontecimentos como este reafirmam que a memória jamais se apaga!
Sensação
Vento
Umidade